Obs: As fotos que ilustram são de rios amapaenses e fazem parte do acervo da Biblioteca Ambiental da SEMA.
Outra sugestão, obra encontrada também por lá, é o livro de Decleoma Lobato Pereira. Olha o nome: "Entre mãe-do-mato, cobra grande, botos e mocós: uma aventura no Bailique". Sugestivo para conhecer um pouco mais sobre lendas e cultura do amazônida, na região do Bailique. A obra é de 2005 e no prefácio encontramos a seguinte exposição de Fernando Canto:
"A forma que Decleoma usou para transmitir os conhecimentos de suas pesquisas às crianças neste seu primeiro livro me parece um instrumento pedagógico de extraordinária eficácia. A personagem narradora, na sua curiosidade infantil, tateia um mundo sempre novo, cava descobrimento e se vislumbra com os acontecimentos e fazeres da região do Bailique (que aqui representa um arcabouço cultural amazônico), ouvindo narrativas, observando fatos e aprendendo coisas, que só estando lá, no meio daquelas longínquas comunidade é possível. Tudo neste belo livro tem a leveza de um balé, balé líquido, diria, das ondas que levam e trazem os encantos sob a música do vento e o aplauso dos açaizais iluminados pelo sol oceânico do Amapá."
Há muito para se ver e conhecer. Não te digo que gosto de tudo que vou encontrando, mas muito do que vou conhecendo vou também gostando. Que nem o poema a seguir:Nossa Terra...
"Nossa terra tem bacabeiras
Que dá vinho bom para se tomar
Temos peixes em abundância
Quem quiser, é só pescar
Nosso céu tem um linha
Que divide o imenso azul
De um lado, fica o Norte
E do outro, fica o Sul
Se ficar aqui sozinho
Não sentirei solidão
Nossa terra tem folclore
Que só de pensar, dá emoção
Nossa terra tem Fortaleza
Como inúmeras histórias pra contar
Tem a praça Beira-Rio
Tem a Praia do Araxá
Nossa terra tem Bacabeiras
Que dá vinho bom pra se tomar
Não permita Deus que isso
Tudo mude por aqui
Pode vir gente de fora
Mas que seja para construir
Coisas que aqui não há
Na terra das bacabeiras
No Estado do Amapá."
Onde será que já vimos algo similar a isso!? Ah... Está claro que é uma referência à Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Diz-se por aí, palavras de Manuel Bandeira, que o Gonçalves, ainda que não tivesse escrito mais nada, já teria seu nome marcado na História pela beleza e importância do poema (escrito em julho de 1843, em Coimbra, Portugal). Só lembrar que está presente na letra do Hino Nacional e foi inspiração para a paráfrase (vai buscar no dicionário o que é isso!) de outros escritores (Casimiro de Abreu, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Murilo Mendes, etc e tal). Os versos acima foram a homenagem ao Amapá na inspiração e paráfrase de Besaliel Rodrigues, encontrados em "Nossa Terra...", de 1996. Tá lá na Sala...Há muita literatura para se conhecer... Façamos o seguinte, "das antigas" faço referência a mais um livro para se dar uma espiada...A Água Benta e o Diabo, de Fernando Canto (2ª Edição - 1998). Olha a capa desta edição, o que te sugere? Percebemos os contornos das portas da Igreja de São José com um grupo do Marabaixo se apresentando diante dela. Boa sacada! É disso que trata a obra... um estudo histórico-antropológico que coloca frente a frente as ideologias da Igreja Católica, com seu posicionamento de dominância e não aceitação de alguns rituais da manifestação popular do Marabaixo, e a resistência dos participantes em manter sua identidade e tradição. Dessa situação, no passado, ocorreram alguns episódios importantes que são descritos e analisados pelo autor, que apresentou também as seguintes referências em seu blog: "O livro e o título foram inspirados numa declaração de Dom Aristides Piróvano (ao Fernando) no decorrer de uma entrevista para jornal: Folclore é folclore, religião é coisa séria e não podemos misturar as duas coisas. A igreja não é contrária à diversão do povo, mas não se pode misturar água benta com o diabo." (Veja mais sobre a obra AQUI).Das "obras mais recentes" são bem interessantes os livros de Joseli Dias, que foram divulgados na II FLAP e disponibilizados na sala... |
Joseli Dias (de vermelho) divulgando seus livros na FLAP 2013 |
Coleção Amapá Cordel
Trata de fatos históricos artísticos, turísticos e culturais do Estado do Amapá através da Literatura de Cordel, opção do autor como forma de interação e proximidade com o leitor, uma vez que a musicalidade da rima alcança um maior interesse (Descrição nos livros).Ah... Deixei também uma contribuição à sala (que retirei do acervo da Biblioteca SEMA, com autorização da Gerência, e de meu acervo pessoal). Livros sobre o Amapá que devem ser conhecidos.
"Macapá Querida", organizado pelo Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva. Constitui-se em um álbum de fotografias históricas da cidade.
Veja duas delas.
Imagens como estas me inspiram hoje a querer registrar também o crescrimento e transformações de minha cidade... Tenho fotografado muita coisa (que divulgo aos poucos no blog) e, no momento, o registro mais recente é o da Rua São José.
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Rua São José - Centro de Macapá (Foto: Rogério Castelo - 12.12.2013) Agradeço ao Magnu's Plaza Hotel a oportunidade do registro. Contatos AQUI |
O que levei de meu acervo para a Sala foi...
"História dos Batistas no Amapá", de Corina Araújo. Obra lançada em 15/11/2013. A autora é amapaense e pioneira na Igreja Batista, acompanhando sua história desde a inauguração da Primeira Igreja Batista no Amapá (PIB) em 31/07/1955, ocasião também de sua conversão. É um relato histórico dos batistas, que iniciaram o trabalho por aqui em 1952 com a vinda do engenheiro ferroviário Fábio de Azevedo Oliveira (brasileiro naturalizado norte-americano membro de Igreja Batista em Carolina do Norte nos Estados Unidos) que chegou ao Ex-Território para trabalhar na estrada de ferro da ICOMI e iniciou também uma história de outros caminhos, maiores e mais importantes, o da Igreja Batista Amapaense.
Eita! São histórias que me despertam sempre a curiosidade... A obra também tem fotos de muitos pioneiros da Igreja Batista no Amapá. Por essas e outras deixei um exemplar na Sala. Graças a Deus!!
Destaque também na Sala para os painéis sobre alguns autores ilustrando o recinto. Como o de Aracy Miranda de Mont'Alverne.
Professora, foi nossa primeira poetisa e publicou as obras Luzes da Madrugada (1986) e Arquivo do Coração (1997).
A Palma da Vitória
Nos labirintos dos caminhos desta vida
palmilhamos, muitas das vezes,
indecisos e medrosos,
na incerteza do desconhecido,
na esperança de um novo amanhecer
que nos traga coragem e fé
naquilo que sonhamos.
Pensar em desistir é covardia,
pois a luta se renova dia a dia
e a força sempre surge alvissareira
guiando nossos passos à meta desejada.
Pensamos então nos frutos a colher,
nas flores que iremos receber,
ao terminar a persistente jornada,
E, quando um belo dia
a aurora surge linda,
pintando o horizonte
com as cores do arco da esperança,
bate forte em nosso coração
o aviso da bonança,
na realização dos nossos sonhos,
elevando a alma aos píncaros da glória.
É quando recebemos, radiantes,
na hora da conquista,
em nossas mãos,
a Palma da Vitória!
A autora foi uma das homenageadas na FLAP deste ano, com a Sala sendo denominada (na duração da Feira) com seu nome.
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Teve até uma estátua em sua homenagem... Ih, rapaz... Conheço esse bicão aí estragando a foto da estátua da Aracy!!! |
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...E é assim a Sala dos Autores Amapaenses! Com muitas obras locais para se conhecer e pesquisar... Visite, leia e julgue você a importância!!!
Conheça mais da Literatura Amapaense em
www.escritoresap.blogspot.com.br