A motivação para a construção do Entreposto está na posição geográfica da ilha, que trará economia e rapidez no transporte de grãos com a maior proximidade dos mercados europeu, norte-americano e dos países asiáticos (através do Canal do Panamá), aumentando a competitividade brasileira na comercialização de grãos. A expectativa dos produtores é a redução dos custos em mais de 50% no caminho utilizado hoje para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), havendo também economia com frete marítimo, já que o Amapá está bem mais perto do Hemisfério Norte do que os outros dois estados.
NOVA ROTA DO GRÃO ROTA NORTE
INTEGRAÇÃO DOS ESTADOS MATO GROSO, PARÁ E AMAPÁ PARA O ESCOAMENTO
DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO CENTRO-OESTE
A rota para os grãos produzidos em Mato Grosso será a seguinte: Transporte da produção em carretas pela rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) até o Porto de Miritituba (Município de Itaituba - PA), de lá os grãos seriam embarcados em balsas até o Porto de Santana e seguiriam em navios graneleiros para o mercado internacional.
A Rodovia Cuiabá-Santarém, trecho inicial na rota planejada, tem cerca de 1780 km, foi aberta nos anos 1970 e faz parte de uma grande rodovia longitudinal (BR-163) que interliga o Rio Grande do Sul ao Pará.
ESTAÇÃO DE TRANSBORDO E CARREGAMENTO (ETC) - ITAITUBA/PARÁ CIANPORT - Projeto ETC Itaituba (Miritituba)
O Porto de Miritituba situa-se em frente à cidade de Miritituba (Distrito do Município de Itaituba - Pará), margeia o Rio Tapajós, tem 192 m na extensão e foi inaugurado em 1974, como um projeto do governo para dar apoio ao escoamento da produção das agrovilas que surgiriam ao longo da Transamazônica.
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Sua atual forma é escalonada com 4 patamares, interligados por 3 rampas com declividade de 12%. Imagens: Porto de Miritituba (cdp.com.br e Jornal In Foco Pará) |
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Imagens: Porto de Miritituba (Jornal In Foco Pará) |
As construções previstas pelo projeto são: prédios de recepção e faturamento, unidade classificadora de qualidade de produto, tombadores de caminhões, armazém de estocagem, sistemas de transportadores de correia para recepção e expedição de grãos, rampa fluvial para garantir a atracação e carregamento das barcaças transportadoras e outras edificações necessárias. Esse seria o primeiro Entreposto na rota de grãos para o Amapá. FROTA PARA NAVEGAÇÃO FLUVIAL
Imagem Ilustrativa - Comboio Barcaça e Empurrador
O Porto de Mirituba é destinado a operar apenas com balsas ou embarcações de pequeno porte e a madeira é a carga predominante. O projeto segue daí com a formação de comboios, com cerca de 15 barcaças, rumo ao Porto de Santana. |
Porto de Santana/AP (Foto: GEA) |
Segundo o Jornal "A Gazeta", Santana foi escolha dos empresários do Centro-Oeste pelo entendimento e parcerias com as autoridades do Estado e do Município. Foram alternativas também Entrepostos em Santarém ou Belém e a rota comercial é feita feita atualmente pelos portos de Santos (São Paulo) e Paranaguá (Paraná).PRIMEIRA FASE TRÊS SILOS, ESTEIRAS TRANSPORTADORAS, MÁQUINAS DE DESCARREGAMENTO DE BARCAÇA.
O empreendimento, na primeira fase, inclui o investimento na Companhia Docas de Santana (CDSA). |
Maquete em exposição na Amazontech |
No Porto de Santana, um contrato de uso e ocupação do solo vai permitir a construção de três silos, cada um com capacidade de estocar 18 mil toneladas de grãos. Atualmente, as cargas predominantes que saem do país pelo modal são a cromita, manganês, madeira, cavaco de eucalipto e pinus, biomassa, minério de ferro e pasta de celulose. |
Projeto de Ampliação da CDSA (Cia Docas de Santana) |
A expectativa é que o novo corredor de exportação mato-grossense deva escoar cerca de 800 mil toneladas de soja proveniente do Estado já no primeiro ano. O que se divulga é que "a abertura de uma rota internacional possibilita o avanço do comércio de cargas no Amapá, pois os serviços que eram gerados no Pará passam a ser feitos aqui, o que exige mais mão de obra, gera emprego e renda, baixa os custos, promove a competitividade e barateia os produtos que entram e saem no Estado? (Camilo Capiberibe, Governador do Amapá, no portalmaritimo.com).TERMINAL PORTUÁRIO E INDUSTRIAL ILHA DE SANTANASEGUNDA E TERCEIRA FASE. UNIDADE PARA ARMAZENAMENTO DE GRÃOS E CONSTRUÇÃO DE PÍER
. UNIDADE INDUSTRIAL DE BENEFICIAMENTO DE SOJA E DERIVADOS
O processo de consolidação da rota está em curso e empresas mato-grossenses do setor já adquiriram terras na Ilha de Santana para construção dos terminais graneleiros. Calcula-se que já foram investidos R$ 5 milhões na aquisição de uma faixa de terra de 3 km às margens do Rio Amazonas, que adentra 1 km no interior da ilha. (Fonte: Jornal "A Gazeta").
Certamente, os impactos ambientais serão muitos e a área estimada para industrialização, segundo exposição na Amazontech, terá cerca de 60 hectares. O IMAP (orgão de licenciamento ambiental no Amapá) está em processo de regularização das terras dos ribeirinhos, um procedimento necessário para se evitar problemas futuros com os investidores. Já se visualizou a conclusão das obras para 2012 e 2013, as metas agora são de consumação em 2015. |
Mais uma parte da maquete exposta na Amazontech. Os autores são Rionil Pontes e André Lemos |
O stand que divulgou o empreendimento na Ilha de Santana mostrou algumas das imagens aqui expostas e uma maquete com o suposto terminal, no lado da Ilha e no Porto de Santana. Sabendo-se da importância do empreendimento, a empresa deveria ter mostrado "a sua cara" apresentando algum vídeo institucional ou algum folder para que pudesse se conhecer suas ações ou obras que já fez. As informações foram muito superficiais e desencontradas. Deveria ter um mapa de localização para a visualização da extensão da obra na ilha... talvez não seja de interesse mostrar no momento, pois os impactos serão muitos. Nada tinha também de escrito em um projeto dessa magnitude, onde tão poucas informações estão disponíveis. Foi divulgado que será numa área que já tem um processo de desmatamento, o que se supõem menos impacto. Informações assim estão desconexas da realidade. Qualquer um que visite a ilha vê que tem muita coisa preservada, comprovando-se ao se dar uma volta no entorno. Parece que, a exemplo de outros empreendimentos no estado, muita coisa já vai sendo omitida do conhecimento público. Apresentar uma maquete e desenhos, sem informações mais concretas, soa como um livro ilustrado apresentado para a distração das crianças. É interessante que, neste mesmo stand, algumas belas pinturas estavam em exposição. Bela representação da rampa na ilha, esse é o principal acesso para a vila. Subindo você vai conhecer uma comunidade em crescimento, que hoje tem suas melhorias e também muitas reivindicações na infraestrutura. Como acontece com a instalação de empreendimentos em outros municípios (Pedra Branca e Ferreira Gomes) vai também ocorrer um crescimento populacional acelerado na ilha e nas dificuldades enfrentadas. As áreas de florestas sofrerão maior pressão humana e serão reduzidas ou desaparecerão (pelo menos em parte). Existe uma biodiversidade grande na ilha (flora e fauna).
Helicônia (Wagner Ribeiro)
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Palafitas - Pirogravura sobre MDF (Autor: Grupo IMAZÔNIA/2012) |
Será esta imagem uma perspectiva de formação de comunidades no entorno do empreendimento? O que não se duvida é que a ilha será transformada para sempre. |
A homenagem ao talentoso artista Wagner Ribeiro (à direita). O que aponta a tela é um visitante do stand. |
Que venha o progresso e ganhos ao estado, mas junto com a industrialização vem também muito do que foi descrito e outras coisas. Os ganhos também podem se resumir apenas aos empreendedores e os que se gabam hoje de conquistas são os mesmos que não resolveram os problemas a serem potencializados.
Essa postagem é uma reprodução do que já foi exposto em:
- portalamazonia.com.br (Empresas planejam construção de porto para escoamento de grãos no Amapá - TV Amapá, em 01/02/2012)
- g1.globo.com (Alternativa para escoar safra de grãos anima agricultores de MT - Globo Rural, em 16/02/2012)
- portalmaritimo.com (Amapá cria rota marítima com 150 países - Rodrigo Cintra - 02/08/2012)
- olhardireto.com.br (Mato-grossenses poderão usar porto do Amapá para exportar a produção - Alexandre Alve, em 19/10/2011)
- clichoje.com.br (Mato-grossenses poderão usar porto do Amapá para exportar produção - Redação Clic Hoje, em 19/10/2011)
- oimpacto.com.br (Audiência Pública ouve a sociedade sobre Estação de Cargas e Transbordo em Itaituba? - ASCOM/SEMA-PA, em 03/10/2011)
- sistemafamato.org.br (MT escoará soja pelo Amapá - Maíza Priloli, em 27/01/2012)
- cdp.com.br (Porto de Itaituba)
Veja também:
- Ilha de Santana (Parte 1 - Folha do Amapá-06/08/02)
- Ilha de Santana (Parte 2 - Imagens)
- Ilha de Santana (Parte 3 - Impressões)
- Ilha de Santana (Parte 4 - Comunidade Cachoeirinha)
- Ilha de Santana (Parte 5 - Retornando à Escola N. Srª de Nazaré)
- Ilha de Santana (Parte 6 - Participando da Excursão do MIS-AP)
- Ilha de Santana (Parte 7 - Atravessando a ilha)
- Ilha de santana (Parte 9 - Exposição Sinestesias)
- A Sumaúma da Ilha de Santana
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