Curiaú, o quilombo da liberdade (Vídeo TV-AP /1998)
Amapá

Curiaú, o quilombo da liberdade (Vídeo TV-AP /1998)


O documentário aborda a origem do Curiaú como comunidade quilombola, sua localização, as características da vila, a divisão da comunidade e as manifestações populares do MARABAIXO e BATUQUE.

(Produção da TV Amapá - 1998)
Veja AQUI
Descrições no vídeo:

- A Fortaleza de São José, em frente à cidade de Macapá, não representa apenas a história da resistência contra a invasão de corsários ingleses, franceses e holandeses, que desejavam invadir o Amapá na época em que o Brasil era colônia de Portugal. O forte representa também a origem de um povo.
- Na época de sua construção, para se livrar dos maus tratos a que eram submetidos, negros escravos (trazidos para erguer a Fortaleza) fugiam do trabalho e foram abrindo os caminhos impenetráveis rumo ao norte de Macapá. Os escravos formaram o quilombo onde passaram a ficar protegidos. Assim nasceu o Curiaú.
- Localizado a 12 km de Macapá, o Curiaú ainda guarda bem vivo a história de seus antepassados. São histórias contadas de geração pra geração, herança de pai pra filho que permanece viva na memória dos mais antigos moradores de hoje, como é o caso do Sr. Joaquim Tibúcio (76 anos). O bisavô dele foi um dos escravos que formaram a primeira geração do Curiaú.
- O quilombo de ontem se transformou na vila de hoje, mas a localidade ainda guarda vários aspectos da vida de seus antepassados: o estilo rústico da construção das moradias, a prevalência da cor negra de seus moradores (que não permitem a entrada de estranhos), a sobrevivência baseada na cultura de subsistência (como a plantação de mandioca e feijão e a criação de animais, que servem de base alimentar, como suínos e aves).
- A mais forte tradição preservada no Curiaú vem do profundo sentimento religioso da comunidade, dividida em dois locais: Curiaú de Fora e Curiaú de Dentro. Uma divisão que existe apenas no espaço geográfico de 1 km. As duas comunidades se unem também na veneração à santos da Igreja Católica, festejados em manifestações folclóricas como a dança do Marabaixo e o Batuque. São Sebastião é homenageado em janeiro e São Joaquim em agosto.
OBS: Atualmente o Curiaú está dividido em 8 comunidades.
- As crianças do Curiaú não tem hora para entrar na pequena capela que guarda as imagens dos santos, elas também aprendem a respeitar o sentimento religioso que vem dos antepassados e vão se encarregar de preservar e passar as festas religiosas às futuras gerações. Junto com os santos, os instrumentos musicais usados para os cântigos e ladainhas, também ficam guardados na capela. Os moradores do Curiaú sentem orgulho e emoção quando são perguntados de suas manifestações religiosas.
- A estrada de chão batido, que separa  o Curiaú de Fora do Curiaú de Dentro ainda é um longo caminho, mas o progresso já chegou aqui. A estrada asfaltada, que corta uma das vilas, veio facilitar o acesso. A energia elétrica é outro sinal de que a vila, mesmo se mantendo como uma sociedade fechada, precisa dos benefícios elementares da cidade.
- Quem vai a vila do Curiaú não se surpreende somente com a história e os aspectos de vida da localidade. O Curiaú preseva também belezas naturais que impressionam quem chega ali pela primeira vez. Os campos que se perdem na extensão servem de pastagem natural para os rebanhos de búfalos. As variedades de aves (como a garça, marreca e tu-iu-iú) compoem um dos cenários mais belos do local. As aves reunidas em bando são geralmente um espetáculo à parte.
- A paisagem do Curiaú costuma modificar conforme as estações do ano. No verão os imensos lagos naturais ficam secos e no inverno voltam a encher. No período intermediário, entre a seca e a chuva, os moradores aproveitam para pescar com mais intensidade. O lago raso significa tempo fértil para a pesca. Com uma zagaia na mão, o pescador do Curiaú mostra muita habilidade.
- E assim, o Curiaú segue preservando o misticismo, as tradições e as belezas naturais. Do quilombo  de ontem para a vila de hoje se mantem a história viva da cultura de um povo, que nem o tempo (em mais de 200 anos) e o progresso (que chega inevitável) conseguiu apagar.
 
Para mais informações consulte o acervo da
   BIBLIOTECA AMBIENTAL DA SEMA EM MACAPÁ.

Veja também:
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Reinauguração do CENTRO CULTURAL DO CURIAÚ (26/08/2011)    
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