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Fala Comunidade (TV-AP - Março/2012) Reportagem: Marco Antônio Brito / Gilberto Pimentel Imagens: Ozânio Lopes / Inival Silva Veja o vídeo NESTE LINK |
Os pontos marcantes no vídeo são:
Programa de 07/03/2012: Um pouco de história
- Está situado na Zona Sul da capital.
- O bairro foi criado na década de 1990, depois de ter parte da área invadida.
- Apesar de ser cercado por áreas de ressacas (ocupadas irregularmente), o bairro tem boa infraestrutura: com escolas, posto de saúde, arena poliesportiva, CIOSP (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública) e partes das avenidas asfaltadas.
- O Congós se confunde com o bairro Novo Buritizal, dada a proximidade, mas no mapa da cidade é na Av. Saúde Pimentel que começa o bairro, indo até a 24ª Avenida.
- Segundo dados do IBGE (Censo 2010) é o quinto bairro mais populoso de Macapá, com mais de 18 mil moradores.
- O nome "Congós" faz referência ao antigo dono do lugar, Benedito Lino do Carmo, conhecido popularmente como "Seu Congó".
- Descendente de escravos, Seu Congó morou por muito tempo no bairro, onde vivia da agricultura e criação de gado. Elísia Congó (neta legítima) revela um pouco desta história: "O nome do bairro era Araçás e fazia divisa com a Fazendinha, aquela área todinha era do vô Congó e ele cedia para as pessoas fazerem roça... e tinha a criação de gado".
- Quem também chegou no bairro para morar com a família foi Dona Marizete Santos. Ela lembra como eram as coisas, antes das mudanças feitas, e vem acompanhando há 29 anos: "Era só mato e só tinham duas casas. Aqui tinha a fazenda do Seu Alípio e a do Seu Moraes. Tinha muita roça de mandioca, mucajazeiro e o campo, somente isso. Foram tendo as invasões, criando caminhos e assim a direção das ruas."
- Nadison Siqueira há 15 anos reside no bairro e recorda das dificuldades de antes e apela para que os trabalhos de melhorias continuem: "Tinha muita dificuldade. Ônibus não entrava... Eram poucas avenidas com asfalto. Hoje o bairro mudou muito, a maioria das avenidas já está asfaltada e faltam ainda coisas para o Poder Público concluir no nosso bairro".
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Mapa: SEMA 2004 |
Programa de 08/03/2012: Principais dificuldadess
- "Muita gente vive em área de ressaca e todos os dias precisa andar pelas frágeis passarelas de madeira, e esse não é o único problema do bairro, há também a violência, que atinge principalmente a população jovem." (Seles Nafes - Jornalista do Amazônia TV)
- Na sede da Associação do Bairro, os moradores se reúnem para falar dos problemas que são muitos, mesmo com as mudanças já ocorridas em parte da infraestrutura do bairro. Com a ocupação das áreas de ressacas existentes no bairro um dos maiores problemas enfrentados são as passarelas. A maioria está danificada e precisando de reformas. Caminhar pelas pontes se tornou perigo constante.
- Para retirar parte das pessoas que moram nesta áreas o Governo do Estado (GEA) em parceria com o Governo Federal está construindo um conjunto habitacional para atender 392 famílias.
- "Já fiz um abaixo assinado... só fazem prometer e a situação aqui é muito precária... crianças já caíram pelos buracos" (Relato de Aristeu dos Santos, morador e cadeirante, sobre a obra não concluída e as passarelas quebradas). A dificuldade é um perigo constante para quem caminha pelas pontes.
- "... O Bairro do Congós é cercado por passarelas e quase 40% da população mora na área de ressaca e, como há muito tempo não houve reforma nestas passarelas, os moradores têm dificuldades de se deslocar para seus trabalhos, escola e tem dificuldades também para idosos e cadeirantes. Falta completar também o asfaltamento, o que tem gerado entulhos e dificultado o trânsito de bicicletas, carros e do próprio pedestre. A segurança pública é outra dificuldade... temos a base construída, mas a polícia não ocupa esta base" (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós)
- Apesar das dificuldades o bairro abriga um importante trabalho social desenvolvido com jovens. "Eu não tinha dinheiro e resolvi fazer atrás da minha casa, daí começei a resgatar os garotos da rua e botar para treinar. Aí o negócio foi dando certo e até hoje taí o trabalho. Eu me sinto muito feliz porque trabalhando com essas crianças dou oportunidades que muita gente não dá. Aqui falamos de disciplina... eles têm que entrar no padrão de disciplina e treinamento também" (Relato de Nelson dos Anjos, que mantem uma academia de boxe para tirar jovens da situação de risco social).
- O Bairro Congós tem suas dificuldades, peculiaridades e sua história. Histórias de gente simples, humildes, trabalhadoras... alimentando a esperança de dias melhores.
Passarelas em ressaca no Congós (Foto: SEMA) Problemática: Áreas de ressaca antropizadas (Foto: SEMA)Problemática: Passarelas precárias.
Problemática: Parte das ruas sem asfaltamento e violência são realidades presentes.O Clube de Boxe Nelson dos Anjos realiza um importante trabalho social no bairro. Foi idealizado por um ex-boxeador (tetra-campeão brasileiro), vigilante noturno e empenhado neste projeto durante o dia. O programa "Esporte Espetacular" da Rede Globo exibiu uma reportagem sobre este assunto em 2007. Chamada da reportagem.
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"O projeto social Formando Campeões surgiu da idéia de um ex-boxeador tetra campeão brasileiro, interessado e preocupado com os aspectos sociais do Estado do Amapá, mais precisamente com o alto índice de violência envolvendo crianças e adolescentes que, por terem famílias desestruturadas, adotaram a rua como lar. O projeto visa dar uma nova oportunidade a esses meninos e meninas através do boxe, lá esses garotos aprendem disciplina, respeito mútuo e a importância dos estudos, fazendo refeições diárias. O boxe requer muita técnica, determinacão, disciplina e reflexão. Valores nescessários para todas as atitudes tomadas ao longo de nossas vidas." Fotos e Informação do acadboxe.blogspot.com.br |
Programa de 10/03/2012: Recapitulação
- "O programa mostrou a fragilidade com as péssimas condições das passarelas na região. Autoridades prometeram a doação de madeira e recuperação." (Tatiana Guedes - Jornalista apresentadora do Amazônia TV)
- Durante dois dias foram apresentados as condições do bairro e os principais problemas. O Governo do Estado (GEA) e Prefeitura de Macapá (PMM), diante das câmeras, assumiram o compromisso de trabalhar para recuperar 16 km de passarelas. Assim se posicionaram Joel Banha (Secretário da Infraestrutura/AP) e Carlos Aragão (Secretário de Obras de Macapá).
- Frente a dificuldade para encontrar madeira legalizada para recuperação das pontes, o presidente do IMAP (Maurício Souza) garantiu a doação de madeira apreendida pelo orgão para a Secretaria de Infraestrutura (para que o serviço possa se realizar).
- A solução definitiva para os moradores de áreas de ressaca está nos projetos habitacionais. O secretário Joel Banha informou que, apesar do atraso, o cronograma do Conjunto Habitacional do Congós não foi comprometido. "... No final do ano as primeiras unidades começam a ser entregues." (Relato de Joel Banha).
- Os moradores, por meio de cartazes e faixas, também pediram:
* Melhorias nas ruas e avenidas, que precisam ser asfaltadas;
* Águas tratada;
* Reforma da arena esportiva.
- "...Depende do Poder Público Municipal e Estadual gerar os recursos que vão agilizar tudo aquilo que foi reivindicado." (Relato de Raimundo Nonato - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Congós)
Reivindicação dos moradores durante o encontro com
as autoridades do Poder Público (GEA e PMM).
Conjunto habitacional em construção no bairro.
Este foi o Fala Comunidade, apresentando o Bairro do Congós, em Macapá.
Para mais informações sobre os bairros, visite nossas Bibliotecas em Macapá. Lá você encontra uma parte chamada HEMEROTECA, que se constitui numa coleção de recortes de jornais. Páginas que vão contando um pouco da história de nossa cidade e estado.
Você pode encontrá-las na (Click nos Links):
- Biblioteca da Prefeitura de Macapá - Essa biblioteca tem um acervo histórico de fotografias.
- Biblioteca SESC-Centro
- Biblioteca SESC-Araxá
- Biblioteca Pública Elcy Lacerda - Essa biblioteca tem uma sala especial voltada a periódico (tem muita coisa histórica) e obras raras (jornais com 30, 40 anos ou mais).
Seja também um dos colaboradores da construção de arquivo histórico na cidade. Você pode encaminhar o fruto de suas pesquisas e trabalhos (escolares ou acadêmicos) ao acervo das bibliotecas... se quiser.
Até uma próxima!