Arquipélago do Bailique (Programa Expedições/2008)
Amapá

Arquipélago do Bailique (Programa Expedições/2008)



Arquipélago  do Bailique é composto por oito  ilhas na costa amapaense, tem cerca de 6 mil habitantes distribuídos em várias comunidades e faz parte do Município de Macapá. 

Na Ilha do Parazinho encontramos uma  Unidade de Conservação Estadual (A Reserva Biológica do Parazinho) onde desenvolve-se  o Projeto Q-Ama (Quelônios da Amazônia).
 
O Programa Expedições, no ano de 2008, exibiu uma ótima reportagem de Paula Saldanha e Roberto Werneck  sobre o arquipélago. 
A matéria é uma valiosa fonte de estudo a todos que se interessem em conhecer e estudar um pouco deste pedaço de terra, desconhecido de muitos brasileiros, na costa do Estado do Amapá.



No programa é mostrado o intenso processo de sedimentação na foz do Rio Amazonas, causa maior da formação e mudanças contínuas em inúmeras ilhas, como as do Arquipélago do Bailique. Fonte: expedicoes.tv

Programa Expedições / 2008
(Pode ser visto na Biblioteca SEMA-AP)

Apresentação: Paula Saldanha
Direção Geral: Paula Saldanha / Roberto Werneck
Direção: Pedro Werneck
Gerente Técnico: Lucas Saldanha  
Roteiro: Paula Saldanha
Edição: Marina Figueiredo
Imagem: Pedro Wernwck / Tadeo Saldanha / Roberto Werneck
O vídeo mostra:

- Um rio de dimensões planetárias, que nasce na Cordilheira dos Andes (próximo ao Pacífico), atravessa todo o Continente Sulamericano e vem desaguar aqui, no Oceano Atlântico.

- Mas até onde vai a sua foz? Até onde o Amazonas leva suas águas na região de seu imenso delta?

- O Rio Amazonas é extremamente dinâmico, por onde passa muda a geografia das regiões, carrega sedimentos desde a Cordilheira dos Andes, muda seu curso na Planície Amazônica a cada ano e se lança no Atlântico redesenhando vários trechos na sua foz.

- No Arquipélago de Bailique as ilhas crescem a cada ano e as populações assistem à uma mudança radical na paisagem. Pesquisadores explicam que fenômeno acontece para tornar o rio Amazonas ainda maior a cada ano na região da foz.

- Na linha do horizonte só céu e água. Este é o chamado Grande Rio-mar, que avança oceano adentro. A vastidão de mar de água doce é apenas o trcho final do último momento da grande aventura continental do maior rio do planeta: o Amazonas. Seu nascimento é no divisor de águas das montanhas geladas do sul dos Andes peruanos e suas águas seguem para nordeste, atravessando todo o Continente Sulamericano até desaguar no Oceano Atlântico.

- Na longa jornada pelo alto dos Andes o leito deste rio recebe águas e sedimentos de várias montanhas. No trecho que começa a travessia da Planície Amazônica, ainda em território peruano, a força de suas águas é imensa.

- Ao longo de milhões de anos o grande Amazonas formou uma bacia sedimentar, criando condições para o surgimento de uma gigantesca floresta equatorial. Na região de sua imensa foz no Atlântico a dinâmica do Rio Amazonas mostra aspectos bem curiosos que impressionam os pequisadores.

- O Rio Amazonas vem trazendo sedimentos desde a cordilheira. Dois terços são depositados nas várzeas, na altura das cidades de Óbidos e Santarém. Apenas um terço chega na região da foz. Os sedimentos trazidos depositam-se no delta e as imagens de satélite mostram que vão costeando o litoral do Amapá e chegam até as Guianas. Pode-se ver a chamada pluma, a mancha marrom de sedimentos que alcança até o Mar do Caribe.

- Cerca de 30% da lama, areia, matéria orgânica e terra do Amazonas chegam à região de sua foz e são lançados até 300 km da costa em pleno oceano. Foi assim que o velho Amazonas formou a Ilha de Marajó, maior que a Suiça, em sua grande boca. Uma das coisa mais impressionantes do Amazonas é que é um rio extremamente dinâmico e avança cerca de 1 km por ano sobre o Oceano Atlântico, depositando sedimentos na foz.

- Várias ilhas continuam se formando principalmente no Canal do Norte (trecho da foz do Rio Amazonas entre a costa do Amapá e a Ilha de Majaró).

- Quem chega à região do estuário, não tem a impressão de estar em um rio. As distâncias em quilômetros são imensas e a impressão é de estar em pleno oceano.

- Existem ilhas na foz, formadas pelo Amazonas, há mais de 200 km de Macapá, para norte e nordeste. As terras a leste, nordeste e norte do Amapá estão avançando e mostrando o surgimento de ilhas e arquipélagos. As imagens de satélite obtidas em anos diferentes comprovam a ampliação em rítmo acelerado, pelo depósito de sedimentos.

- Em estudos no Arquipélago do Bailique já se observou assoreamento de canais, crescimento de ilhas e crescimento de terras.

- A foz do Amazonas, na região do Canal do Norte, está muito assoreada, dificultando a navegação.

- Vila Progresso é a principal comunidade do Arquipélago do Bailique. Os moradores dizem que o Amazonas aumentou o tamanho de uma ilha em pouco tempo, criando uma faixa de 30 km em apenas 30 anos, onde já existe até floresta alta com árvores com mais de 20 metros de altura.

- O acesso entre as comunidades é por via fluvial, dependendo das marés. Algumas ficam muito isoladas e outras são beneficiadas pelo assoreamento, pois as terras de sua propriedade vão crescendo.

- A dificuldade de deslocamento está propriciando o empobrecimento de algumas comunidades. O crescimento desordenado aliado à falta de infra-estrutura geram graves problemas sociais.

- A Bacia Amazônia é a mais extensa rede hidrográfica do mundo, com uma área total de cerca de 7 milhões de km². O volume médio despejado pelo Amazonas no Atlântico é de 6 trilhões de m³/ano (sessenta vezes mais do que o Rio Nilo). O pico da descarga acontece no mês de maio. No período das cheias (março a julho) as águas invadem toda a região da foz e os sedimentos tamponam ilhas e bancos de areia formados no ano anterior.

- No centro da foz do Amazonas a Ilha de Marajó fica com dois terços de suas terras submersas  ou encharcadas. Regiões consideradas de terra firme ficam completamente alagadas.

- O Arquipélago do Bailique continua crescendo na direção nordeste, acompanhando a vazão do Amazonas. Sobre os bancos de lama crescem os siriubais (vegetação de mangue desta região), tempos depois a floresta alta.

- O território brasileiro na foz do Amazonas é extremamente dinâmico. No gigantesco estuário o arquipélago continua se multiplicando... É o Arquipélago de Bailique.

Para mais informações consulte o acervo da
 Biblioteca Ambiental da SEMA em Macapá



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