Veja aí algumas frases que separei do livro e tire suas conclusões:
"Trata-se de um romance, nascido espontaneamente no coração, ou seja, um misto de amor, homem e natureza." (Alci de Jesus - Apresentação)
"O livro é uma narrativa, às vezes, feita de forma dissertativa. Fala, em sua quase totalidade, do modo de viver de um forasteiro e também de pessoas que conviveram com ele durante alguns anos." (J. Jovino - Introdução)
"Para José Amâncio tudo era novidade, inclusive o tipo de viagem, que pela primeira vez era de barco."
"A riqueza natural do Amapá é muito grande, mas o Amapá entre sua simplicidade, às vezes, não se dá conta disso."
"Depois de tempo no Amapá Amâncio podia dizer algumas coisas sobre o comportamento dos amapaenses."
"Conhecendo o Amapá é impossível deixar de se encantar com as riquezas encontradas na fauna e na flora, no povo e riquezas minerais."
"Além do marabaixo e do batuque, há outras manifestações preservadas pelos negros e seus descendentes que valem a pena conferir."
"Por outro lado, o estado é rico em lendas, como a cobra grande, do tajá, da mandioca, do açaí, entre outras. Isso tudo torna seu folclore rico e importante."
"O estado tem vocação garimpeira, embora hoje em processo de desativação por causa da exaustão de jazidas."
"Devido o Bairro São Lázaro ser quase que totalmente alagado e, além disso, povoado de buritis, açaizeiros, tajás e outras plantas, torna-se um ambiente propício para, entre outros, ver-se camaleões, moreias, poraquês, tamuatá, etc."
"Ao observar piaçocas em seu habitat natural surge a preocupação em se conseguir um meio de tentar salvá-las da extinção."
"Deveria haver uma solução para que nos arredores de nossa capital piaçocas pudessem continuar vivendo e despertando as pessoas com seu canto. Deveria também haver uma maneira de permitir que o peixe elétrico continuasse vivo, com sua curiosa e misteriosa eletricidade."
"Animais como poraquês e moreia são mortos e abandonados no meio da rua."
"Alguns messes se passaram desde a morte da piaçoca e seu cantar não foi mais ouvido".
"Se no São Lázaro camaleão ainda contínua se misturando com as folhas, sucuris em plena atividade procuram alimento, piaçocas criam seus filhotes, isso significa que nem tudo está perdido. Ainda resta uma esperança."
"No garimpo vigoravam duas leis, a do mais forte e do silêncio".
"Às vezes, Amâncio se pergunta até quando os seres humanos irão viver sem prestar atenção ao que ocorre em sua volta. Tem que chegar um dia em que se dê importância ao equilíbrio natural."
"Passaram-se dois anos e já em 1996, voltaram ao araxazinho, agora um pouco diferente, pois onde antes era mato, troncos e areia, agora se viam barzinhos erguidos de maneira precária para comercializar bebidas e tira-gostos junto aos frequentadores."
"A Praia do Aturiá de hoje está muito diferente de alguns anos atrás, fora descoberta como balneário e, além disso, os sem teto estão tentando destruir os aturiás para fazerem suas casas na praia, em cima da areia."
Trecho final da obra
"Quem sabe um dia o ser humano aprenda a conviver com o meio sem agredi-lo, preservando-o para futuras gerações.
Ao relatar a pitoresca viagem de navio de Belém para Macapá, seus encantos e curiosidades, ou ao descrever lugares como a Serra, a Praia do Aturiá, ou ainda quando aconselha homens e mulheres sobre comportamento, ou mesmo quando critica de maneira construtiva o homem amapaense, e ao descrever poraquês e piaçocas, o autor deseja mostrar - principalmente para outros estados do Brasil - a riqueza cultural desse povo amigo e ordeiro, amazônicos, o povo amapaense.
Ao criticar, às vezes, em nenhum momento houve a intenção de menosprezo e sim de chamar a atenção para pontos positivos. Espera-se que este trabalho possa ser útil como incentivo ao turismo, principalmente o ecológico, nesse lindo pedaço e início do Brasil." (J. Jovino)
Esta é a obra de J. Jovino. Interessante e assumindo, até certo ponto, ares históricos pela descrição da cidade. Seria importante que fosse mais conhecida nas escolas, quem sabe uma nova edição... Tenho que falar também, apesar de não ser a pessoa ideal para isso, que esta obra, como uma pedra preciosa que precisa de lapidação, precisa também de uma boa revisão gramatical.
A obra apresenta também uma poesia na maioria dos capítulos. O literato amapaense Alci de Jesus refere-se a elas da seguinte forma: "Poraquês e piaçocas, fruto da intelectualidade amadurecida ao longo dos anos, mostra o lado bonito e romântico de nossa terra, e suas poesias, o lado carinhoso do homem com relação à vida." Uma delas está a seguir.
Não vai longe o dia
Que triste aqui chegava
Trazendo na alma dor
E no coração calor e sede
de afeto, carinho e amor.
Amor pelo verde das matas
Calor pela água do rio
Morena me enrolou em seus cachos
Curiaú, Fazendinha, Aturiá, Marabaixo.
Vi a Serra com seu verde frio
Mazagão, sua feita, seu rio
Zagury, quebra-mar, sua brisa, seu cio.
Fortaleza, imponência e beleza
Marco, início, história, força e heroísmo
Mas também dor e sofrimento
Luta, proteção e patriotismo.
Ricos, riqueza, ouro e terras
Muito verde, natureza, poucas guerras
Negras, morenas, louras e caboclas
De encher os olhos e sonhar por elas
Vi você Amapá
Rico, porém, sem assoberbar-se
Início de Brasil, pulmão do mundo
Simples, sem se humilhar.
(J. Jovino) |
Marabaixo (Obra do artista amapaense Dekko, que o autor mostra no livro) Foto: carlamarinhoartes.blogspot.com.br |
É meu mano!!! Tai mais uma obra desta nossa Literatura no Amapá. Este livro eu tomei emprestado da Biblioteca SESC-Centro e está a disposição lá para os que queiram ler.