O homem da fronteira (Ruy Guarany Neves)
Amapá

O homem da fronteira (Ruy Guarany Neves)


"Os dados históricos que constam da presente obra, representam apenas uma pequena parte do que existe sobre Clevelândia, nos arquivos públicos de Belém e Belo Horizonte. O romance está baseado em fatos que marcaram época, onde a ficção e o real, o profano e a religiosidade, deixaram o registro de um legado de história e cultura de um povo, que de uma forma ou de outra, aceitou o desafio de conviver com a alegria e a tristeza, o otimismo e a frustração, sem no entanto se deixar vencer pelo desânimo. A semente do desenvolvimento plantada no passado, projetou Oiapoque à condição de Município próspero, onde o povo se sente orgulhoso em contribuir para a guarda da fronteira do Brasil."  Ruy Guarany (Trecho do livro)



A obra valoriza Oiapoque com aspectos interessantes e desconhecidos por muitos. Foi publicada em 2005 e tem um olhar de investigação histórica e cultural com ênfase a Clevelândia.

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As histórias, tradições e contrastes encontrados em cada lugar, contados pelos filhos da terra, são obras que seduzem e despertam a leitura. Portais muitas vezes únicos para surpreendentes descobertas. "O homem da fronteira", de Ruy Guarany Neves, tem esse perfil, com a exaltação ao Oiapoque.
O autor faz um passeio pela região de Clevelândia do Norte resgatando um pouco de sua história desde o século XIX - como área de disputa internacional, posteriormente colônia penal e área militarizada. 
Nesse resgate, vemos os conflitos pela busca de riquezas, histórias dos prisioneiros políticos e a exaltação da bravura pelo povoamento da região. A localidade também foi conhecida como Inferno Verde por ter sido um calvário e destino final para muitos.
No processo de ocupação, em 1920 eram quase 1700 pessoas (dado por si mesmo extraordinário se observarmos o isolamento da região), com melhoramentos acentuando-se a partir da fundação do Território Federal do Amapá, em 1943. 
Interessante descobrir que a primeira Estação Radiotelegráfica de Ondas Curtas da Região Norte foi inaugurada em Clevelândia, em 07 de setembro de 1927. Fato histórico para redução do isolamento e marco nas comunicações. O Amapá foi pioneiro nisso na Amazônia! Que surpreendente!
O autor exalta também a natureza, vendo-se passagens líricas descritas com um entusiasmo que as vezes soa engraçado, considerando-se a região de tensão da fronteira, mas dentro de um contexto, e sobretudo bonitos. Em exemplificação, transcrevo algumas linhas. 
"O dia 8 de maio de 1945, amanhecera ensolarado. As águas do rio Oiapoque corriam tranquilas e espelhavam sob o impacto dos raios solares. Os passarinhos cantarolavam alegremente. Araras e tucanos cruzavam a fronteira, em revoada. Da matas, vinha o gargarejar em coro da guaribas. A cachoeira do Grand Roche roncava com maior intensidade...."
É um livro curto, com apenas 56 páginas. Além das descrições históricas, o autor valoriza a cultura popular nas primeiras décadas do século XX. Tradições resultantes da influência de povos indígenas e da simplicidade cotidiana do homem na fronteira (como as lendas sobre o boto e homem do mato). Isso é ressaltado na narrativa dos amigos Tonico e Buiuna, em uma passagem de tempo que vai da infância à velhice naquela região. Esses elementos se fazem presentes em suas vidas e na de seus descendentes, ilustrando a vivência de homens simples, que tem histórias curiosas e interessantes - O Homem da fronteira

Informações do livro:
Título: O homem da Fronteira
Autor: Ruy Guarany Neves
Editora:
Smith Produções Gráficas Ltda
Ano: 2005
Páginas: 56
Tema: Amapá/História

Sugestão para leitura:
escritoresap.blogspot.com.br

Biblioteca Pública Elcy Lacerda
Sala da Literatura do Amapá e da Amazônia 
 Macapá - Bairro Central



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